Os fãs do universo Gundam têm um novo motivo para comemorar: o aguardado segundo filme da trilogia Mobile Suit Gundam: Hathaway (Kidō Senshi Gundam: Senkō no Hathaway) teve seu teaser oficial revelado nesta quinta-feira, trazendo consigo novidades sobre a equipe de produção, título oficial e a previsão de estreia, marcada para o inverno — embora haja uma diferença na comunicação entre os idiomas: o texto em japonês no vídeo menciona “este inverno”, enquanto o texto em inglês diz “próximo inverno”.
O novo longa foi oficialmente batizado como Kidō Senshi Gundam: Senkō no Hathaway – Circe no Majo, que pode ser traduzido como Mobile Suit Gundam Hathaway: A Feiticeira de Circe, ou mais livremente, A Magia da Ninfa Circe. Este título definitivo substitui o nome provisório anterior, que era Son/Sun of Bright, referenciando diretamente o personagem Hathaway Noa, filho do icônico Bright Noa, figura central na franquia original.
Este segundo filme é parte de uma trilogia baseada na série de romances escritos por Yoshiyuki Tomino, criador original de Gundam. A história se passa no universo UC (Universal Century), linha do tempo canônica e mais tradicional da franquia, abordando eventos pós-Char’s Counterattack, um dos marcos cinematográficos do universo Gundam.
A trama acompanha Hathaway Noa, agora adulto, que luta sob a identidade de Mafty Navue Erin, liderando um movimento rebelde que se opõe ao governo da Federação Terrestre. O primeiro filme mostrou o início desse confronto, com temas densos envolvendo política, terrorismo, moralidade e identidade. O segundo filme promete intensificar ainda mais esse cenário, ampliando os conflitos e levando a narrativa para novos territórios.
Grande parte da equipe técnica e do elenco principal do primeiro filme retorna para esta segunda parte, mantendo a coesão visual e temática da obra. No entanto, há alguns reforços importantes que indicam uma produção ainda mais ambiciosa.
Entre os destaques está a entrada de Yuichi Kuboki, que se junta a Takako Suzuki na função de artista de cores principais (color key artist), contribuindo para dar vida à paleta visual da produção.
Outro nome de peso é Yoshinori Sayama, conhecido por trabalhos em obras como Macross Plus, Cowboy Bebop e Mobile Suit Gundam UC. Sayama já havia contribuído no primeiro longa, e agora assume crédito oficial pelos designs de exibição (display designs), ampliando seu papel criativo.
Também temos Yoshihisa Ōyama, que será o novo diretor de composição de fotografia (compositing director of photography), elemento crucial para a estética cinematográfica do filme, além de Manabu Kamitōno, responsável pelos efeitos visuais, prometendo entregar batalhas ainda mais impactantes no espaço.
A direção continua a cargo de Shukou Murase, veterano da indústria e responsável por dar à trilogia Hathaway seu tom adulto, realista e sombrio, tão elogiado pelos fãs de longa data da série. Murase já havia indicado anteriormente que o lançamento da segunda parte poderia não acontecer antes de 2024, especialmente devido a desafios logísticos e criativos agravados pela pandemia de COVID-19.
Durante um evento promocional do lançamento em 4K UHD do primeiro filme, realizado em dezembro de 2021, o diretor Murase revelou que parte significativa do segundo filme seria ambientada na Austrália, o que gerou um novo desafio à equipe de produção. Em razão das restrições de viagem e medidas sanitárias provocadas pela pandemia, a equipe teve que recorrer a simuladores de voo para estudar os cenários e captar referências visuais para representar com precisão o céu e a geografia da região.
Apesar das dificuldades, o produtor Naohiro Ogata confirmou que essa ambientação faz parte essencial da próxima etapa da narrativa e será um dos destaques visuais do segundo longa. A superação desses obstáculos mostra o comprometimento da equipe em manter o padrão de qualidade estabelecido pela primeira parte.
Inicialmente, o segundo filme era chamado de Kidō Senshi Gundam: Senkō no Hathaway – San of Bright. Esse título utilizava propositalmente a ambiguidade da palavra "San" (サン), escrita em katakana no japonês, que pode significar tanto "sol" (sun) quanto "filho" (son).
Essa escolha linguística refletia a dualidade do protagonista Hathaway Noa, que carrega o peso de ser o herdeiro, tanto literal quanto ideológico, do comandante Bright Noa. O novo título, Circe no Majo, muda o foco simbólico da relação pai e filho para uma figura misteriosa e possivelmente feminina — a feiticeira Circe — o que pode indicar novos elementos narrativos, personagens e até temas mitológicos ou psicológicos mais profundos.
Além disso, o uso da palavra “majo” (bruxa) no título sugere um tom mais sombrio ou introspectivo, em contraste com o pano de fundo político/militar do primeiro filme, e pode introduzir simbolismos inéditos dentro do universo Gundam.
O primeiro filme da trilogia, lançado em 11 de junho de 2021 no Japão, enfrentou três adiamentos antes de finalmente estrear. Inicialmente programado para julho de 2020, foi postergado sucessivamente devido à pandemia e ao estado de emergência declarado no país.
Apesar dos desafios, o longa teve um desempenho impressionante nas bilheteiras. Em seus primeiros três dias, vendeu 259.074 ingressos e arrecadou 523.943.800 ienes (cerca de US$ 4,77 milhões), conquistando a terceira posição no ranking semanal de bilheteria japonesa. Eventualmente, Hathaway tornou-se o primeiro filme da franquia Gundam desde Char’s Counterattack (1988) a ultrapassar a marca de 1 bilhão de ienes, encerrando sua trajetória com mais de 2,2 bilhões de ienes (cerca de US$ 19,5 milhões) arrecadados até outubro de 2021.
Além disso, a Netflix dos EUA passou a transmitir o filme com exclusividade a partir de 1º de julho de 2021, ampliando significativamente o alcance internacional da obra e contribuindo para revitalizar a popularidade da linha Universal Century fora do Japão.
Com base no sucesso do primeiro filme e nas mudanças sugeridas pelo novo título, Gundam Hathaway: Circe no Majo promete elevar ainda mais o nível da trilogia. Os fãs esperam batalhas épicas, conflitos morais intensos, desenvolvimento mais profundo do protagonista e possivelmente a introdução de novos Mobile Suits com designs modernos e marcantes.
Outro ponto de interesse está na adaptação da obra original, uma vez que o próprio produtor Ogata já adiantou que o roteiro tomará alguns caminhos diferentes em relação aos romances escritos por Yoshiyuki Tomino. Isso pode trazer reviravoltas inéditas e até mesmo alterar o destino de certos personagens, criando tensão e surpresa mesmo para os leitores veteranos.
O retorno de Gundam Hathaway com o filme Circe no Majo representa um novo marco para a franquia Mobile Suit Gundam, unindo tradição e inovação em uma produção cinematográfica ambiciosa. Com uma equipe experiente, reforçada por novos talentos, e um enredo que aprofunda os dilemas de Hathaway Noa em um cenário político cada vez mais instável, a segunda parte da trilogia promete ser tão impactante quanto — ou até mais — que sua predecessora.
A mudança do título provisório para A Feiticeira de Circe também sugere uma mudança de tom e de foco narrativo, abrindo espaço para temas mais simbólicos e psicológicos. Essa ousadia narrativa, aliada à qualidade técnica já demonstrada, reforça a confiança do público de que Gundam Hathaway está entre os melhores projetos recentes da franquia.
Com previsão de estreia para o inverno e a expectativa cada vez maior dos fãs, o novo longa se aproxima como mais um passo decisivo na jornada de Hathaway — um personagem dividido entre seu passado familiar e suas convicções revolucionárias. Para veteranos da saga e novos espectadores, Circe no Majo promete ser uma experiência imperdível no universo de Mobile Suit Gundam.
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