Publicado em 2 de julho de 2025 por Joanna Cayanan, o renomado criador japonês Shoji Kawamori, conhecido mundialmente como o co-criador da icônica franquia Macross, anunciou oficialmente seu novo filme original de animação. Intitulado Meikyū no Shiori (ou Labyrinth, em inglês), o longa-metragem tem estreia marcada para janeiro de 2026 e promete ser uma obra inovadora e reflexiva sobre a relação entre tecnologia, identidade e autodescoberta.
O site oficial do projeto foi lançado junto com um teaser visual, um vídeo promocional e os primeiros detalhes sobre a trama e a equipe de produção. Com esse novo trabalho, Kawamori mergulha em um universo completamente inédito, sem vínculos com franquias anteriores, marcando um passo ousado em sua carreira de mais de quatro décadas no mundo da animação.
A história gira em torno de Shiori Maezawa, uma garota colegial aparentemente comum, que leva uma vida tranquila até que um acontecimento inesperado muda tudo. Certo dia, seu smartphone quebra de maneira estranha, e logo após isso ela se vê transportada para uma versão paralela e deserta da cidade de Yokohama.
Neste mundo distorcido e misterioso, Shiori descobre que sua presença está conectada de forma sinistra com seu telefone: ao acessar suas redes sociais, ela encontra fotos de si mesma que não se lembra de ter postado. Essas imagens parecem revelar uma "outra Shiori", que está agindo de forma independente — e perigosa.
A trama se desenvolve em meio a uma corrida contra o tempo, onde a protagonista precisa escapar de um labirinto digital dentro de seu próprio smartphone, enquanto tenta impedir que essa versão alternativa de si mesma cause mais estragos. É uma mistura instigante de suspense psicológico, ficção científica e drama existencial.
O filme Meikyū no Shiori é um marco importante para Shoji Kawamori, pois representa o primeiro longa-metragem animado original do diretor — ou seja, que não está atrelado a nenhuma franquia já existente. A produção será realizada pelo estúdio SANZIGEN, conhecido por sua expertise em animações 3D, o que indica que o filme pode adotar uma estética visual moderna e arrojada.
Kawamori comentou que o conceito central do filme nasceu da ideia de que os smartphones são "outros eus" — dispositivos que acumulam nossos dados, comportamentos e memórias, funcionando como versões digitais da nossa própria identidade. Ele pretende explorar essa dualidade em um filme que mescla horror, emoção e elementos de entretenimento pop, com a presença de música como parte narrativa, algo que ele já explorou em obras anteriores como Macross Frontier e AKB0048.
Além da direção visionária de Kawamori, o projeto conta com Risa Ebata como responsável pelo design de personagens. Ebata já colaborou anteriormente com Kawamori em Macross Frontier e AKB0048, sendo conhecida por seu estilo elegante e detalhado, que combina bem com temas de ficção científica e música.
O roteiro fica a cargo de Taichi Hashimoto, que já trabalhou em títulos como Listeners e Gate Keepers 21, trazendo bagagem sólida em narrativas que envolvem realidades paralelas e questionamentos existenciais. A produção do filme é assinada pelas empresas Slow Curve, Vector Vision, GAGA e Fuji Television, com a Slow Curve também cuidando do planejamento geral do projeto.
Esse time experiente e diversificado garante que Meikyū no Shiori seja um produto cuidadosamente elaborado tanto em narrativa quanto em execução técnica.
Para os fãs de anime, Shoji Kawamori dispensa apresentações. Nascido em 1960, ele se tornou um dos mais importantes e influentes nomes da indústria, acumulando funções como diretor, roteirista, designer mecânico e storyboarder. Sua carreira deslanchou com a criação de The Super Dimension Fortress Macross, em 1982, onde revolucionou o gênero mecha ao introduzir os lendários caças transformáveis (Variable Fighters).
Além de Macross, Kawamori também é o criador de:
Aquarion
AKB0048
Arjuna
The Vision of Escaflowne
Basquash!
Nobunaga The Fool
Jūshinki Pandora
Ele também contribuiu com o design mecânico para grandes produções como Patlabor: The Movie, Patlabor 2, Eureka Seven, Outlaw Star e Ghost in the Shell. Essa versatilidade artística faz dele uma figura respeitada não só pela criatividade, mas também pela profundidade técnica que imprime a cada projeto.
Atualmente, Kawamori também é um dos 10 co-produtores da Expo 2025, o que reforça seu papel como um dos principais pensadores criativos do Japão contemporâneo.
O enredo de Meikyū no Shiori promete tocar em temas extremamente relevantes para a geração atual, como o impacto da vida digital, a identidade virtual e os perigos do isolamento tecnológico. Ao transportar a protagonista para um universo onde o smartphone se torna um labirinto literal e simbólico, o filme pretende provocar reflexões sobre como nos relacionamos com nossas versões digitais — e se essas versões nos representam de verdade.
A ideia de um "outro eu" agindo por conta própria nas redes sociais é assustadora, mas também simbólica: representa o descontrole sobre a própria imagem, algo com o qual muitos jovens e adultos convivem na era dos algoritmos e da exposição online constante.
Além disso, o filme parece unir de forma única ficção científica, drama psicológico, terror leve e musicalidade, seguindo a tradição de Shoji Kawamori de criar obras que são tanto entretenimento quanto provocação filosófica.
Com a parceria com o estúdio SANZIGEN, conhecido por suas animações 3D como BanG Dream! e Aldnoah.Zero, é possível esperar que Meikyū no Shiori apresente uma estética moderna e imersiva, que potencializa a atmosfera labiríntica e psicológica da narrativa.
A arte divulgada no teaser mostra uma Shiori sozinha em uma paisagem surreal, cercada por ruínas tecnológicas, simbolizando a desintegração entre o mundo físico e o digital. Essa fusão entre estilos visuais e temas densos deve gerar uma experiência cinematográfica única e impactante.
Meikyū no Shiori não é apenas mais um anime — é um projeto ambicioso que mistura introspecção, tecnologia, horror e emoção em um único longa-metragem. Nas mãos de um mestre como Shoji Kawamori, o filme tem tudo para se tornar uma das obras mais comentadas de 2026, tanto por seu apelo visual quanto por sua abordagem ousada sobre identidade e tecnologia.
Ao propor que o smartphone é um “outro eu”, Kawamori convida o público a olhar para dentro de si e questionar: quem somos de verdade, quando a nossa imagem é fragmentada entre o real e o digital? O que perdemos ao delegar nossas memórias, decisões e emoções a máquinas?
Com estreia marcada para janeiro de 2026, Labyrinth (Meikyū no Shiori) promete emocionar, assustar e inspirar uma nova geração de espectadores. Se você busca um anime que vai além do entretenimento e provoca questionamentos profundos, este filme será imperdível.
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